A colonização da região está ligada ao ciclo do ouro no Brasil. As terras onde foi implantada a nossa cidade estavam na rota da Estrada do Anhanguera, aberta por Bartolomeu Bueno da Silva Filho, vulgo “Anhanguera” (1672-1740). Importante caminho que partia de São Paulo de Piratininga até Goiás, hoje a estrada São Paulo-Brasília. Araguari se encontra em posição estratégica na ligação entre a maior cidade da América Latina e a capital federal.
No Brasil Colônia toda cidade tinha sua formação no entorno de uma capela (igreja católica). A emancipação política da Villa de Brejo Alegre em 1884 culminou com a elevação à categoria de cidade no ano de 1888. No momento inicial de autonomia, a cidade já contava com inúmeras ruas e a Câmara Municipal propôs e sancionou uma nova nominação a elas. Outro fator interessante nesse período foi a criação do cargo de alinhador pelo poder público e a contratação de um engenheiro para a confecção da primeira planta da cidade.
Para a emancipação a cidade, foi feito em 1887 um levantamento das edificações existentes na Vila do Brejo Alegre. A superfície territorial compreendida dentro da demarcação urbana desta vila era de um quilômetro quadrado.
Existiam dentro do povoado uma praça; o Largo da matriz, com a Igreja e 9 casas; e oito ruas: rua 7 de Setembro, com 5 casas; Rua da Matriz, com 3 casas; Rua Direita, com 9 casas; Rua 13 de maio, com 12 casas; Rua 15 de Novembro, com 11 casas; Rua 31 de março, com 19 casas; Rua Araguari, com 30 casas e Rua do Comércio, com apenas 1 casa. (...) Além delas, havia o edifício da Câmara, a cadeia, a escola e a Capela de Nossa Senhora do Rosário. Outro dado importante é a área pertencente á paróquia do Senhor Bom Jesus: nada menos que 70 Km2 além da demarcação urbana.
Para a emancipação a cidade, foi feito em 1887 um levantamento das edificações existentes na Vila do Brejo Alegre. A superfície territorial compreendida dentro da demarcação urbana desta vila era de um quilômetro quadrado. Existiam dentro do povoado uma praça; o Largo da matriz, com a Igreja e 9 casas; e oito ruas: rua 7 de Setembro, com 5 casas; Rua da Matriz, com 3 casas; Rua Direita, com 9 casas; Rua 13 de maio, com 12 casas; Rua 15 de Novembro, com 11 casas; Rua 31 de março, com 19 casas; Rua Araguari, com 30 casas e Rua do Comércio, com apenas 1 casa. (...) Além delas, havia o edifício da Câmara, a cadeia, a escola e a Capela de Nossa Senhora do Rosário. Outro dado importante é a área pertencente á paróquia do Senhor Bom Jesus: nada menos que 70 Km² além da demarcação urbana.
Uma igreja de frente para a outra. A primeira, a igreja dos senhores de terra, dos brancos, da classe abastada. A segunda, a igreja dos pretos, pobres, escravos recém libertados pela Lei Áurea (1888). Separadas fisicamente por um córrego, denominado Córrego Brejo Alegre.
Este espaço da cidade era definido da seguinte forma:
“(...) Entre as duas bandas naturaes havia um brejal no meio do caminho, cabeceira de um córrego, que dividia a cidade (...)”. Citação do Jornal O Triângulo de 01/01/1941.
Araguari se deita sobre planos topograficamente harmônicos, cortados pelo Córrego Brejo Alegre – já urbanizado da Av. Bahia a Av. Minas Gerais – que deu lugar a Av. Teodolino Pereira de Araújo. A cidade cresceu sobre o horizonte de forma corajosa e sem planejamento oficial, pois foi somente a partir de 2004 que foi concebido seu Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. Planejar ainda é algo novo e necessita ser tratado como ponto fundamental para garantir à cidade seu desenvolvimento integrado e sustentável.
O córrego Brejo Alegre representou a divisão social. O espaço visual entre as igrejas da Matriz e do Rosário é um dos principais elementos da paisagem urbana da nossa cidade. É o marco cultural e histórico que configura a separação entre as classes sociais, no inicio do século XIX, onde, de um lado (Matriz) os coronéis, donos do poder político e econômico viviam em seus palacetes e, de outro lado (Rosário), os negros, escravos, colonos, manifestavam sua religiosidade e viviam em suas humildes casas. Esta representação histórica merece ser preservada. Conforme relatos populares os escravos aproveitavam para realizar suas manifestações culturais e religiosas enquanto os coronéis participavam das missas.
O espaço visual entre uma igreja e outra representa o comportamento de uma época e é importante cultural e historicamente, pois, permitia que os escravos verificassem quando a missa dos coronéis terminava para correrem para as senzalas antes dos ”sinhozinhos” retornarem para as fazendas e não serem castigados. Além desse fato, o espaço visual entre uma igreja e outra representa a intenção da época de mostrar que mesmos separados geográfica e socialmente, estavam no mesmo nível como seres humanos, pois, as igrejas são construídas, praticamente no mesmo nível topográfico e exatamente uma de frente para outra, ou seja, entre coronéis (ricos) e escravos (pobres) não existiam e não existem diferenças perante Deus.
A Igreja Presbiteriana de Araguari foi organizada no dia 5 de agosto de 1893 por uma comissão nomeada pelo Presbitério de Minas: Rev. Álvaro Reis, Rev. Caetano Nogueira Júnior e Pb. Lourenço de Almeida.
Tertuliano Goulart (1855-1939) fundou no dia 21 de abril de 1894 o jornal “Araguari”, que prestou extraordinários serviços a nossa cidade. Após 36 anos de atividade, premido por dificuldades financeiras, teve de vender o seu jornal.
Em 1895 foi elaborado por Achiles Vildulick primeiro traçado urbano da cidade de Araguari, em planta aprovada pela Lei nº 11. Três anos mais tarde, 1898, a Lei nº 50 determina o alinhamento, o nivelamento e a demarcação de praças, ruas e avenidas da cidade. Segundo a planta do engenheiro os logradouros foram demarcados por números que em 1901 foram substituídos por nome.
O bosque municipal, conhecido originariamente como Bosque do Capão, teve sua conservação decretada por parte do poder público em 1899.
O início do século XX trouxe a Araguari novas possibilidades de expansão. A inserção do transporte férreo, primeiro com a Cia Mogiana em 1896 e a Estrada de Ferro Goyas em 1906, oportunizou a vinda de várias famílias de migrantes e imigrantes para a localidade gerando uma frenética difusão dos setores periféricos da cidade.
Na primeira década deste século, em 1909 foi inaugurado o primeiro cinema de Araguari, na antiga Praça da Matriz, o “Íris Cinema”. Em 1908 foi instalada a primeira companhia telefônica em Araguari a CTA.
Em agosto do mesmo ano é feita a primeira tentativa de instalação de energia e luz elétrica na cidade. Apenas em 1910 o projeto a cargo de Galileu Bonetto teve resultado mesmo que atingindo os logradouros mais importantes. A luz fascinou os moradores e o aumento do consumo de energia elétrica ocasionou a construção e instalação da Usina do Piçarrão a 11 Km da cidade. As obras foram iniciadas em 1923 e concluídas em 1925.
Em 1909 iniciam-se as atividades do Grupo Escolar Raul Soares que funcionava a Rua Coronel José Ferreira Alves. A partir de 1926 passa a ocupar o prédio atual à Av. Tiradentes. Seu primeiro diretor foi o Sr. Mário da Silva Pereira. Em 2009 a escola completa seu centenário.
O Colégio Sagrado Coração de Jesus tinha sua sede na cidade de Januária e em meados de 1919, foi transferido para Araguari. Era administrado por freiras belgas da Congregação do Sagrado Coração de Maria e foi instalado, a princípio, em uma casa na esquina da Rua Boa Vista (atual Av. Joaquim Aníbal). Posteriormente, em 1927, foi criado o noviciado da Congregação em Araguari, anexo ao colégio.
Em 22 de setembro de 1922 foi fundado o primeiro centro espírita da cidade, denominado “Centro Fé, Amor e Caridade”. Inicialmente funcionou em imóvel locado, à Rua Antônio Lemos da Silva, até o ano de 1927. Posteriormente foi edificada a sede própria em terreno doado pelo Poder Executivo, à Rua Natal Mujali, n. 788, Bairro Santa Helena onde permanece até hoje.
O Colégio Regina Pacis foi instalado em 18 de maio de 1926, pelos Padres dos Sagrados Corações, vindos da Holanda. Foram os pioneiros no ensino para rapazes. Os fundadores foram os padres Ivan den Bogaart, e, Padre Matias van Rooy. Em 1928 deu inicio a construção do complexo educacional Regina Pacis, tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural de Araguari.
Em 1926 inicia-se a construção e em 1928 inaugura-se a Estação da Goiaz, hoje Palácio dos Ferroviários. No passado esse prédio foi a ligação entre Minas e Goiás e, que trouxe pelos trilhos a pujança econômica ao Município e hoje se tornou o marco histórico de desenvolvimento, preservação e respeito as nossas raízes.
Vivenciando o período ditatorial imposto ao Brasil e convivendo com as consequências da 2º Guerra Mundial em solos europeus, Araguari consegue empreender melhoramentos na sua estrutura urbana com a macadamização, retificação do alinhamento e remodelação de praças e diversas vias principais. O crescente e gradual povoamento da cidade propicia a criação dos primeiros bairros como a Vila Goiás e o Bairro Independência.
É inaugurado o Cine Teatro Rex, construído na década de 30, na Praça Manoel Bonito, pelo grande empreendedor o Sr. Milton Lemos da Silva. Centro de grandes atrações, pois além de cinema, era palco de shows artísticos. Na década de 50, ele construiu o Cine Teatro Lux, na Rua Marciano Santos, esquina com a Pe. Lafaiete. Prédio Tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural da cidade. Atraiu frequentadores diversos. Proporcionou à classe média, diversão e lazer. Por fim, construiu na Praça Getúlio Vargas, o Cine Olido, na década de 60. Foi sócio e fundador da CTA – Cia. Telefônica Araguarina, ligando Araguari ao mundo. As instalações eram na Rua Rio Branco, ao lado da agência dos Correios.
Em 1935, um destemido e arrojado araguarino, empresário Joaquim Alves Pereira, o inesquecível “Joaquim Aníbal”, que tem seu nome perpetuado em nossa cidade, fundou a A.C.I.A. (Associação Comercial e Industrial de Araguari), em um ato de coragem e determinação, ao sentir que a cidade já comportava uma entidade de classe que viesse a unir os empresários, em busca da grandeza da terra que ele via carente de união para seu desenvolvimento.
Em 1937 teve inicio a saga dos “Irmãos Naves”. O cenário: Araguari. O palco: A Cadeia Pública. Os protagonistas: Joaquim Naves Rosa e Sebastião José Naves, filhos de Ana Rosa Naves. Sebastião tinha 32 anos, era casado e tinha dois filhos. Joaquim tinha 27 anos, era casado e tinha uma filha. O defensor: o advogado João Alamy Filho. Um fato marcante em nossa cidade que foi retratado em livro, filme e programa de televisão como sendo o maior erro judiciário de Araguari. Também em 1937, no dia 7 de março, o empreendedor e progressista Bolívar Bittencourt, funda o Jornal Gazeta do Triangulo. Na década de 1960 o jornal passa a ser dirigido por Afif Rade, que o transfere a Darli Amaral no ano de 2004.
A Rádio Araguari é fundada em 12 de fevereiro de 1939. No começo era uma emissora estritamente local. Naquele tempo, as aeronaves se orientavam pelos sinais de rádio-emissoras. Como o governo federal precisava orientar o tráfego aéreo nacional doou um transmissor de 5000 watts a emissora, uma preciosidade para a época. A partir de então a história da emissora mudou. Passou a ter uma área de cobertura quase que nacional. Grandes nomes passaram pelos seus microfones. Um dos exemplos mais citados é do locutor Jonas Garret, que acabou se transferindo para a BBC de Londres, onde trabalhou na programação brasileira. Outro expoente do rádio araguarino, o Sr. Jehovah Bittencourt (02/10/1934), que também atuou na rádio Tupi, após ter iniciado sua carreira na rádio Araguari em 1953.
Oficialmente fundado em 20 de abril de 1942, o Aeroclube de Araguari tem origem no ano de 1938. A idéia de fundar o Aeroclube partiu do Sr. Oswaldo Marra (sargento da reserva da Aviação Militar), que junto com os Srs. Domingos de Freitas e Antonio Cruz Póvoa, fundaram o Aero Club de Araguary. Para instrução dos alunos, foi adquirido um avião Porterfield. O início da formação de pilotos em Araguari se deve ao piloto Antonio Marincek, instrutor das primeiras turmas brevetadas na cidade. Antonio Marincek visitou Araguari em Julho de 1937 e obteve apoio da prefeitura para montar sua escola de pilotagem, cuja frota era constituída de 2 aeronaves, sendo um Taylorcraft F-2 de prefixo PP-TBK, um Fairchild F-24 de prefixo PP-TAY. Posteriormente, foi incorporada à frota da escola um avião Porterfield CP-50 de prefixo PP-GAK, doado pelo presidente Getúlio Vargas. Em Novembro de 1939 foi feita a afiliação do Aero Club de Araguary ao Aero Clube do Brasil. Em 12 de Janeiro de 1940 foi brevetada a primeira turma de pilotos.
Em 1938 nascia o Matriz Futebol Clube, criado pelo vigário, padre Wilson Falcomer, mas em 10 de janeiro de 1942 se transforma em Fluminense Futebol Clube, conhecido como Tricolor ou Raposa do Bosque.
Em 16 de novembro de 1944 é fundado o Araguari Atlético Clube, um time de futebol masculino conhecido como Galo da Comarca. Na década de 1950, monta o primeiro time de futebol feminino do Brasil
Araguari adentra aos anos de 1950 com uma população estimada em 43.305 habitantes, sendo 25.661 na zona urbana e 17.644 na zona rural. Nesta época surgiram na cidade cerca de treze (13) bairros, sendo alguns localizados próximos a área central, que também apresenta uma expansão nesse período. A cidade penetra os anos de 1950 com variáveis econômicas visivelmente detectadas no cotidiano. Novas indústrias são instaladas, como a Indústria Têxtil São Judas, a Fábrica de Bolachas e Macarrão Trineiro, Fábrica de Banha Avante e a Fábrica de Conservas e Gordura Alteza Ltda, Guida & Boaventura Ltda, Charqueada Fulgor Ltda, Grandes Fábricas Eugênio Nasciutti e Curtume Sica. O setor comercial diversifica-se, revitalizando o comércio varejista.
As residências edificadas nesse período, por uma arquitetura espontânea, apresentavam traçados menos trabalhados e retilíneos, a decoração de interiores era buscada a partir de modelos em revistas de época como A Vida Doméstica, O Cruzeiro e Cláudia. O fotógrafo radicado em Araguari, Geraldo Vieira, era solicitado a clicar fachadas e interiores minuciosamente planejados por seus proprietários.
É construído o Aeroporto Municipal que fazia a conexão aérea entre Araguari com os grandes centros do país. Contava com grande demanda de tráfego operado pelas empresas Aerovias Brasil, Real, Nacional, Cruzeiro do Sul, Vasp e OMTA.
Em 1954, a sede da Estrada de Ferro Goiás foi transferida para Goiânia – GO, ficando Araguari com a 2º divisão. Centenas de funcionários da empresa foram transferidos gerando transtorno na economia do município. Inicia-se uma fase de decadência econômica e urbana da cidade.
Em 1955 inaugura-se a Rádio Cacique de Araguari sob a direção de Theodoreto Veloso de Carvalho e Elmiro Barbosa. Em 1956 é implantado o Bairro Miranda.
Em 1958 a Seleção Brasileira conquistava o primeiro título mundial e nesse embalo o Araguari Atlético Clube cria dois times de futebol feminino para uma ação beneficente para angariar fundos para o Grupo Escolar Visconde de Ouro Preto. Surgia ali, talvez, o primeiro time feminino do Brasil. A ideia do time foi do diretor do Araguari, Ney Montes, a pedido da diretora da escola, Isolina França. Na peneira, aproximadamente 40 meninas compareceram e foram escolhidas cerca de 25, o suficiente para colocar dois times em campo. Sob o comando do técnico Luiz Benjamim, do treinador Luiz Teixeira e do massagista José Firmino, o sucesso da primeira partida fez com que o elenco feminino viajasse pelo Brasil. A primeira cidade a ser visitada foi a vizinha Uberlândia, também no Triângulo Mineiro, quando no estádio Juca Ribeiro não cabia mais gente e o time ganhou projeção nacional, com cobertura de jornais importantes da época. Depois, passaram por Buriti Alegre-GO, Ituiutaba, Varginha, Goiânia, Belo Horizonte e Salvador.
O prédio do Mercado “Municipal”, construído nesta mesma avenida, foi inaugurado no dia 27 de maio de 1962 e contou com a presença de diversas autoridades locais, sendo que a construção e financiamento da importante obra foram feitos pela firma COMIL - Construtora Mineira Ltda., que vendeu os 60 boxes aos comerciantes.
No ano de 1965, o então 2º Batalhão Ferroviário transferiu-se para a cidade de Araguari-MG, vindo da cidade de Rio Negro-PR, com o intuito de construir o trecho ferroviário Uberlândia – Araguari - Pires do Rio e a construção de trabalhos complementares da infraestrutura e da superestrutura no trecho ferroviário Pires do Rio - Brasília. Com a sua chegada um novo horizonte se despontava na evolução urbana da cidade com a construção da sede do Batalhão Mauá, das casas que abrigariam funcionários civis e militares e de todo complexo administrativo, logístico e de suporte as suas atividades.
No final da década de 1960 e início de 1970, foi construída a BR – 050, que liga a cidade de Araguari à Brasília, acontecimento que dividiu em duas partes o Distrito de Florestina, ficando o povoado à direita da rodovia sentido Araguari – Brasília.
Em 1971 inicia-se o plantio do Maracujá, tendo sido pioneiro na sua produção e um dos responsáveis pela vinda da indústria de sucos Maguary para a cidade, o Médico-Pediatra e Vereador da época o Dr. Sebastião Campos. O advento do café no cerrado ocasionou a vinda de diversos migrantes, principalmente paranaenses, que com manejo e investimentos conseguiram, ao longo do tempo, produção de um dos melhores produtos do país.
No final dos anos de 1970 a delimitação da área central passou a ser avenidas Bahia, Batalhão Mauá e Minas Gerais, o setor concentrou a maioria das lojas e casas comerciais da cidade.
Em 27 de março de 1973 a estação de passageiros da RFFSA, antiga Estação Goiás, foi desativada e os serviços de transporte férreo foram transferidos para uma nova estação, construída no final da Av. Cel. Belchior de Godoi.
Os novos bairros criados, em sua maioria, apresentavam características distintas: eram mais afastados da área central e compreendidos por residências que apresentavam maior simplicidade.
Padre Nilo Tabuquini sacerdote que se destacou entre 1950 a 1970, devido às inúmeras obras de caridade que realizou no município. Natural da cidade do Rio de Janeiro ingressou na carreira religiosa e veio para Araguari, onde marcou seu nome no coração da comunidade local. Além de se dedicar à Igreja, desempenhou a função de diretor do Jornal Gazeta do Triângulo, por 20 anos. Faleceu em 14 de fevereiro do ano de 1979.
No inicio dos anos de 1980 a população ultrapassava 83.523* habitantes e a construção da Usina Hidrelétrica de Emborcação nos limites do município fomentou novamente a migração, dessa vez, trabalhadores e suas famílias, tendo como consequência a implantação da Vila Gutierrez.
Com a desativação da Estrada de Ferro Mogiana na década de 1980 em Araguari, é iniciada a retirada dos trilhos e demolida a Estação da Mogiana no governo do então Prefeito Fausto Fernandes de Melo, e no seu lugar o Batalhão Mauá traça e urbaniza a então Av. Batalhão Mauá.
No setor de melhoramentos foram construídos o Ginásio Poliesportivo Gen. Mário Brum Negreiros, o terminal Rodoviário Tancredo Neves e foi implementada a restauração do prédio da antiga cadeia e fórum para transformá-lo em Casa da Cultura.
Em 1985 é instalada em Araguari a fábrica de sucos Dafruta no antigo prédio da CASEMG, na Av. Hugo Alessi, consolidando assim o bairro Industrial (hoje bairro dos Industriários).
A instalação do Conservatório Estadual de Música de Araguari em 18 de abril de 1985, atual Conservatório Estadual de Música e Centro Interescolar Raul Belém, possibilitou á população, a integração conceitual de vários segmentos da arte como a dança, a pintura, a música, com ênfase para instrumentalização e outros. Somente no ano de 2008 que foi autorizada a construção de sua sede própria na Praça da Constituição, antes, ocupava prédios alugados.
A Lei Orgânica do município promulgada em 21 de abril de 1990 alterou a disposição dos Distritos, assim, ficou composto da Sede Araguari e dos Distritos de Santo Antônio, Contenda, Amanhece, Florestina e Piracaíba.
Na década de 1990 a população avança chegando a 91.428* habitantes. São implantados os bairros Aeroporto Sul, Milenium e Flamboyant. Araguari perpassa conduzindo sua economia embasada na cafeicultura, dispondo de várias empresas agroindustriais, industriais e comerciais, além de estrutura natural propícia ao turismo ecológico e cultural.
Entre grandes conquistas, Araguari vive um momento trágico no ano de 1991. Um crime causou grande repercussão na região porque a vítima era um padre que ajudava jovens viciados a se livrarem das drogas. Trata-se de Belizário Pinto Sobrinho, 67 anos, assassinado por um viciado em drogas. Preso, o acusado, Caio Márcio Morais, então com 19 anos, foi julgado e condenado a 29 anos de prisão. Por volta das 17h45 do dia 21 de setembro de 1991 a professora Aura de Oliveira Santos, 70, entra na casa de nº 173 da praça Pio XII, em Araguari, e encontra o corpo do padre Belizário Pinto Sobrinho. O padre morava nos fundos da residência da mulher. De acordo com a polícia, Belizário havia sido assassinado na madrugada com 44 facadas por todo o corpo. O Arquivo Público Municipal Doutor Calil Porto foi implantado em agosto de 1994, como parte integrante da extinta secretaria de Educação e Cultura devido à necessidade de busca e resguardo de documentos sobre o passado do município e de ações voltadas à sua conservação.
Em 07 de março de 1996, recebeu por meio da Embratur o Selo do Município com o Potencial Turístico e o conhecimento dos patrimônios históricos e naturais e sua ânsia em preservá-los, resultou na criação do Departamento de Patrimônio Histórico que em parceria com o Arquivo Público Municipal Dr. Calil Porto, desenvolveu uma política de proteção e preservação dos bens patrimoniais do município.
No final do século XX, no ano de 2000, a população de Araguari era de 101.974* habitantes e sua economia baseada no comércio, serviços, agroindústrias, agricultura e pecuária e inicia-se a implantação do Campus Universitário com a chegada da UNITRI – Centro Universitário do Triângulo, que não se consolidou na cidade.
É iniciada a restauração do prédio da Estação da Goiaz, que viria a se tornar, mais tarde, o Palácio dos Ferroviários. A instalação da UNIPAC – Universidade Professor Antônio Carlos, em substituição a antiga FAFI, no ano de 2001, com vários cursos de graduação, propiciou ao município um aquecimento em sua economia, gerando uma movimentação nos setores imobiliários, de serviços e de consumo.
Em 28 de dezembro de 2004 é aprovado pela Câmara Municipal o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Araguari. Inicia-se um novo paradigma para o planejamento urbano.
Em 2003 inicia-se a construção das Usinas Hidrelétricas Amador Aguiar I e II, conhecidas, também, como Usina Capim Branco I e II, no rio Araguari. Em dezembro de 2006 o Complexo é inaugurado pelo então governador do estado de Minas Gerais, Aécio Neves.
Novos loteamentos foram aprovados: o Jardim Interlagos e o Portal do Cerrado marcam essa nova fase de expansão urbana em virtude do aumento populacional e da demanda imobiliária em plena expansão. Araguari já conta com 106.403* habitantes.
No ano de 2006, foi inaugurado o Palácio dos Ferroviários, sede da Prefeitura Municipal de Araguari, no antigo prédio da Estação de Passageiros da Estrada de Ferro Goiás. Isso oportunizou uma revitalização de seu entorno que ficou abandonado após a desativação do prédio na década de 1970. Nesse período Araguari se consolida como uma cidade universitária. A UNIPAC expande seus cursos e cria o curso de Medicina, trazendo a cidade estudantes de todos os rincões deste Brasil, gerando assim, uma nova expectativa de desenvolvimento econômico e urbano para a cidade.
Em março de 2007 inicia-se uma nova fase da expansão urbana de Araguari com o inicio das obras de implantação do Jardim Interlagos I que terminam em dezembro do mesmo ano, próximo do terminal rodoviário no Bairro Miranda, sendo a iniciativa dos empresários Hermogênio Dorázio Jr. e Nicolau Dorázio, filhos de Hermogênio Dorázio e Silvana Dorázio.
Em março de 2008 a Tenco Empreendimentos conclui as obras de infraestrutura do Residencial Portal do Cerrado no Bairro Jóquei Clube.
No dia 2 de maio de 2008, aconteceu o lançamento do livro “Caminhos da Vida”, de Giordane Franklin e Maria Lúcia da Costa, cuja obra contém pequenos relatos e reflexões pelas quais a instituição Casa do Caminho em Araguari passou ao longo de seus 15 anos comemorados nesta ocasião.
O Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da antiga Estrada de Ferro Goiás é tombado pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural por solicitação do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG em 30 de junho de 2008.
Em julho de 2008 inaugura-se o Hipermercado Bretas: uma nova etapa do desenvolvimento econômico de Araguari que estará contribuindo para um novo perfil urbano e a consolidação comercial e de serviços da Av. Teodolino Pereira de Araujo.
Em 19 de agosto de 2008 a Fundação Educativa e Cultural de Araguari, tendo como presidente Celso Camarano, inaugura a TV Araguari, o primeiro canal de TV aberta da cidade com a implantação de moderna aparelhagem digital destinada a geração de programas locais e à retransmissão dos sinais da Rede Minas de Televisão. O projeto da TV Araguari foi iniciado em 1998 pelo empresário Oswando dos Santos Monteiro, falecido em 2007. A Tv Araguari foi apenas um sonho que não se concretizou na prática.
Em 28 de agosto de 2008 Araguari completou 120 anos de emancipação político-administrativa.
Em 05 de outubro de 2008, Araguari elege o primeiro Engenheiro Civil da história para administrar a cidade. Marcos Coelho de Carvalho foi eleito prefeito com 41% dos votos válidos.
No dia 10 de outubro de 2008 a empresa Maqnelson comemorou 50 anos de sua fundação em Araguari por Nelson Merola, um homem à frente de seu tempo por seu espírito empreendedor.
A sede própria do Ministério Público em Araguari foi inaugurada na noite do dia 24 de novembro de 2008 a Av. Cel Teodolino Pereira de Araújo n° 585, nove meses depois do início das obras. O prédio foi construído em um terreno de 1.601 m², doado na gestão do prefeito Milton de Lima Filho, e teve um investimento de R$ 1.160.000,00 (um milhão, cento e sessenta mil reais). As novas instalações abrigam oito gabinetes, auditório, sala de audiência, banheiros também adaptados para portadores de necessidades especiais, sala de arquivo, cozinha, copa, estacionamento para 14 vagas e um moderno sistema de monitoramento de segurança 24 horas.
Na tarde do dia 10 de dezembro de 2008, a sala de exposições do Palácio dos Ferroviários recebeu um privilegiado grupo de pessoas que participaram da entrega do primeiro prêmio “Amigos da Cultura”, concedido pelo Conselho Deliberativo Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural de Araguari sob a presidência do arquiteto e urbanista Alessandre Humberto de Campos em parceria com a Fundação Araguarina de Educação e Cultura (FAEC) sob a presidência de Cínthia Maria Costa.
01 de janeiro de 2009: toma posse o prefeito, vice-prefeito e os 11 (onze) vereadores eleitos no pleito de outubro de 2008 para o período de 2009 a 2012. O Arquivo Histórico e Museu Dr. Calil Porto recebeu no dia 23 de janeiro de 2003, um importante acervo histórico doado pelos familiares de Antônio Brasil, figura importante no resgate da história da Estrada de Ferro Goiás.
Em 9 de fevereiro de 2009 na sede do 11º Batalhão de Engenharia de Construção – Batalhão Mauá, aconteceu a incorporação da primeira turma de alunos do Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR), que recebeu o nome de NPOR Mauá, bem como a inauguração das novas instalações do Núcleo.
No dia 26 de abril de 2009 a Escola Estadual Raul Soares completou 100 anos de fundação em Araguari com relevantes serviços prestados funcionando em um prédio tombado pelo município situado a Av. Tiradentes.
O antigo anfiteatro do Educandário Espírita foi reaberto na noite do dia 5 de junho de 2009 com a presença de um grande público, cuja solenidade foi conduzida por Públio Carísio de Paula que oficializou o novo nome do local: Teatro Professora Odette Machado Alamy. Durante o evento, o arquiteto e urbanista Alessandre Humberto de Campos apresentou o Projeto de Revitalização, Ampliação e Modernização do Educandário Espírita Professor Eurípedes Barsanulfo anexo ao Teatro Professora Odette, que possui uma área atual de 2.400 m², que passaria a ter 6.250 m². O projeto ficou só no papel, por falta de recursos financeiros para sua execução.
Uma nova fase de expansão habitacional é marcada pelo inicio, no mês de julho de 2009, da construção de casas populares pelo Programa “Minha Casa, Minha Vida” do governo Federal e COHAB do governo estadual.
O Batalhão Mauá - 11º Batalhão de Engenharia de Construção completou no dia 29 de julho de 2009, 71 anos de sua criação. A comemoração ocorreu no dia 31 de julho de 2009 na sede da unidade, quando foram homenageadas várias personalidades locais que receberam o título de “amigo do batalhão”.
Em agosto de 2009 inicia-se a inclusão digital do Distrito de Amanhece, quando foi instalado um Telecentro com 10 computadores e uma impressora que atendia em torno de 120 alunos por dia.
A Família de Antônio Fernando Peron Erbetta (1942/2009) publicou em um livro artigos de fatos históricos, personalidades, causos e acontecimentos passados no cotidiano de Araguari, uma coletânea do blog Ponto de Vista. O livro “Tempos Idos, Tempos Vividos”, editado pela Minas Editora, foi lançado em 22 de agosto de 2009, em uma manhã, na biblioteca Municipal.
Aconteceu no dia 28 de janeiro de 2010 no Ginásio Nadir Borges Brandão (Zebrinha) a cerimônia do 1º Casamento Coletivo de Araguari, realizado por meio do Projeto Sonho Realizado, quando 60 casais receberam o privilégio de oficializar a união gratuitamente.
No dia 14 de junho de 2010 foram autorizadas as obras de duplicação da BR050 no trecho compreendido entre a cidade de Uberlândia, passando pelo perímetro urbano de Araguari até a divisa com o Estado de Goiás. Este foi o inicio da concretização do sonho dos Araguarinos que utilizam esta rodovia federal com freqüência.
O mês de julho de 2010 é marcado pelo início da pavimentação das ruas de pedras de Araguari. Fato que gerou revolta por parte de algumas pessoas, pois consideram essas ruas como um patrimônio histórico, mesmo elas não sendo tombadas, mas reconhecem seu valor cultural. A primeira via asfaltada pelo Batalhão Mauá, num total de 25 vias, foi a Av. Joaquim Aníbal e seu prolongamento até a Av. Minas Gerais, desde o Palácio dos Ferroviários. A relação das vias asfaltadas e o bairro a que pertence: Antônio Camilo da Costa - Bairro do Bosque; Antônio Lemos da Silva - Centro; Argentina - Bosque; Avaré - Centro; Avenida Joaquim Aníbal - Centro; Bias Fortes - Centro; Coronal Filadélfio de Lima - Rosário; Coronel Lindolfo França - Centro; Coronel Póvoa - Centro; da Constituição - Centro; Tereza França de Lima - Centro; Dom Silvério - Centro; Doutor Alberto Moreira - Centro; Elias Peixoto - Centro; Gonçalves Dias - Bosque; Jaime Gomes - Centro; Josias Batista Leite - Bosque; Maricota Santos - Centro; Martinez Rodrigues da Cunha - Centro; Nader Cury - Centro; Natal Mujalli - Centro; Nilo Tabuquini - Centro; Paissandú - Centro; Pedro Moreira - Santa Helena; Praça do Rosário - Rosário; Quinca Mariano - Centro; Raul José de Belém - Bosque; Tamandaré - Centro; Travessa Elias Bittar - Centro; Travessa Timbiras - Centro; e Uberaba - Centro. Além dessas, o trecho de acesso ao Distrito de Piracaíba, terra natal do prefeito Marcos Coelho.
No dia 26 de julho, data de início da pavimentação da Av. Joaquim Aníbal, o engenheiro Carlos Ernane Vieira e o arquiteto Rogério Duarte realizaram uma ação isolada em protesto contra o asfaltamento das ruas pavimentadas com pedras, mas infelizmente, o movimento foi frustrado, tendo em vista que a população aprovou o asfaltamento em detrimento da preservação histórica e do valor cultural das ruas de pedras. Neste dia o governo sepultou a memória cultural de Araguari, bem como, fez durante toda sua gestão, sepultando, também, a memória ferroviária ao aterrar parte dos trilhos remanescentes da Estrada de Ferro Goiás, ao abrir a continuidade da Rua Luiz Shinnor, e descaracterizar prédios tombados no Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Estrada de Ferro Goiás para instalação de secretarias da prefeitura na gestão 2009-2012.
No dia 28 de agosto de 2010, Araguari completou 122 anos de emancipação política, e, durante esse período, nossa cidade ensinou a todos nós que ela não precisa ser comparada a nenhuma outra, pois tem identidade própria, tem história, tem raiz, tem disposição para avançar a passos largos, diante de todas as adversidades, buscando sempre dizer aos derrotistas que tem força para prosseguir no caminho do desenvolvimento com sustentabilidade e propiciando qualidade de vida a seu povo, pois é infinita como o AR, sublime como a ÁGUA e agradável como um sorRIso.
Fonte:
Arquivo Histórico e Museu “Doutor Calil Porto” (Fotos e Dados Históricos)
Sitio do Batalhão Mauá - http://www.btlmaua.com.br/index.html
Blog Ponto de Vista - http://peron-erbetta.blogspot.com
Jornal Gazeta do Triângulo
Portal Mackenzie. disponível em: http://www.mackenzie.br/10198.htm. Último acesso em 17/08/201.
Jornal Correio de Uberlândia.
IBGE.
http://olhar-urbano.blogspot.com