O advogado Marcelo Gaya, que assumiu a defesa do autor do ataque ao Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Norte do Paraná, disse que seu cliente afirmou que não conhecia as vítimas. Preso em Londrina (PR) após o ataque, na segunda (19/6), o atirador foi encontrado morto na noite desta terça (20) na prisão.
"[Ele me disse] 'eu escolhi o menino mais alto e a menina mais bonita'", afirmou o advogado.
Karoline Verri Alves, 17, morreu ainda na escola. O namorado dela, o estudante Luan Augusto da Silva, 16, também foi baleado e chegou a ser socorrido e levado para o hospital, mas não resistiu e morreu na terça.
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O atirador tinha 21 anos e era ex-aluno da escola. Em depoimento à polícia ele afirmou que o ataque teria sido uma "retaliação" pelo bullying que teria sofrido quando frequentou a escola, até 2014. Disse que tinha 15 anos à época, assim como seus agressores, e que buscava vítimas da mesma faixa etária.
A causa da morte do atirador ainda não foi confirmada. A Polícia Militar, contudo, afirma que ele teria se enforcado na cela.
Questionado sobre a hipótese, o advogado respondeu que cadernos e documentos entregues pela família mostram uma "intenção suicida" do jovem.
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"É um diário que vai ser repassado para os policiais para tentar elucidar essa situação." O advogado disse ainda que, em conversa na prisão, o atirador disse: "não era para eu estar aqui, doutor".
Segundo Gaya, o jovem tinha um histórico de problemas de saúde e tomava remédios controlados desde os 4 anos. Atualmente trabalhava com o pai na lavoura.
MORTE NA PRISÃO
Em nota, a Sesp (Secretaria de Segurança Pública) do Paraná afirma que o autor do ataque foi encontrado morto na Casa de Custódia de Londrina. Ele estava preso com um suspeito de tê-lo ajudado no crime, e os dois eram os únicos que ocupavam a cela, segundo a pasta.
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O Departamento de Polícia Penal do Paraná já instaurou procedimento interno para apurar o caso. A Polícia Civil do estado também iniciou investigação para apurar as circunstâncias da morte -o inquérito está na Delegacia de Homicídios de Londrina, com o delegado João Reis.
De acordo com o diretor-adjunto do IML de Londrina, Maurício Nakao, a morte foi comunicada pela Casa de Custódia entre as 22h e as 23h de terça. Após inspeção de policiais na cela onde o atirador estava, o corpo deu entrada no necrotério por volta de 1h desta quarta (21).
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O Ministério Público do Paraná afirma que vai acompanhar as investigações da Polícia Civil.
Já a Defensoria Pública do Paraná diz que o Nupep (Núcleo de Política Criminal e Execução Penal) da instituição enviará ofício à Sesp para acompanhar a apuração do fato, seguindo protocolo aplicado em todos os casos de mortes no sistema penitenciário.
A Defensoria afirma, ainda, que equipes trabalham na "assistência jurídica, social e psicológica das famílias das vítimas e da comunidade escolar".