Um engenheiro agrônomo e ex-servidor da Superintendência Regional do Meio Ambiente (Supram) na Zona da Mata foi preso nesta sexta-feira (16/6), em Cataguases, após ser condenado em fevereiro deste ano a 13 anos de prisão pela Justiça do município de Ubá. Ele foi apontado como dono de um complexo e estruturado laboratório para produção de drogas e estava foragido desde outubro de 2020, quando teve a prisão preventiva decretada. A prisão foi feita por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) com apoio da Polícia Militar.
Conforme explica o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Zona da Mata apreendeu, em 29 de outubro de 2020, durante a segunda fase da operação Nematoide, 200 pés de maconha em um imóvel alugado pelo engenheiro na zona rural de Ubá. No local funcionava “um sofisticado centro de armazenamento, cultivo e produção da droga”, explica o MP.
“Averiguou-se ainda que o servidor da Supram possuía, em grande escala, sofisticados maquinários, aparelhos, instrumentos e objetos destinados à fabricação, preparação, produção e transformação de drogas, num contexto ‘profissional’, constituindo-se verdadeiro laboratório voltado ao tráfico permanente de substâncias entorpecentes”, explica o Ministério Público mineiro.
Na ocasião, a equipe policial encontrou um ambiente altamente estruturado, com aparelhos de ar-condicionado, esquema de irrigação e de iluminação para as plantas proibidas. “Tais equipamentos encontravam-se em funcionamento mesmo com o imóvel vazio, claramente visando ao perfeito ambiente para a produção em larga escala de cannabis sativa”, completa o MP.
Engenheiro foi afastado do cargo em 2018
Em fevereiro, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) havia informado que o engenheiro agrônomo está afastado do cargo de gestor ambiental da Supram Zona da Mata desde 2018.
Conforme a Semad, o profissional também responde a processo administrativo disciplinar na Controladoria-Geral do Estado (CGE). Em relação à condenação, a Secretaria pontua que se trata de um crime praticado por um cidadão – fato que não está relacionado “com a instituição pública em que atuou”.
“A Semad reitera que não compactua com desvios de conduta que ferem os princípios da legalidade e ética e a idoneidade da instituição. A Secretaria, por meio da Supram Zona da Mata, contribuiu com todas as informações e ações solicitadas pelo Ministério Público nas investigações durante a Operação Nematoide”, disse a pasta.