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Duas mulheres foram condenadas, nesta terça-feira (13/6), por homicídio qualificado por terem aplicado dois litros de silicone industrial nos glúteos de uma mulher trans, em abril de 2022, no Bairro Coqueiros, na Região Noroeste de Belo Horizonte. Rafaela Luiz Monteiro teve embolia pulmonar maciça e morreu ainda na casa, que as acusadas usavam de estúdio de estética. O silicone industrial é fabricado para limpeza e vedação de máquinas e veículos, sendo tóxico para o corpo humano.
Rayssa Karolina Feijó Ferreira, foi condenada a 12 anos e 3 meses de prisão por homicídio qualificado e fraude processual, por ter alterado a cena do crime. Já Geusiany Monteiro Costa, deverá cumprir 12 anos de detenção pela morte da vítima. Ambas já estavam presas desde junho do ano passado, e deverão permanecer em regime fechado durante a fase de recurso da sentença. 


De acordo com a denúncia do Ministério Público, Rayssa fazia procedimentos estéticos com aplicações de silicone industrial e cobrava cerca de R$ 3 mil. A vítima já havia realizado o processo um mês antes da ocorrência e teria procurado a mulher para fazer uma nova sessão. Conforme apurado pela Polícia Civil, foi Rafaela quem teve que comprar o material. 

Durante a operação, Rayssa teria atuado como supervisora, enquanto Geusiany teria aplicado a substância na vítima. Após o fim do procedimento, ainda no local, a vítima começou a se sentir mal, e, em razão de embolia causada pela grande quantidade da substância injetada, morreu no local, sem que o atendimento de emergência pudesse socorrê-la a contento. 

Após o fim do procedimento, ainda no local, Rafaela começou a sentir-se mal, devido à grande quantidade da substância injetada, e morreu. Depois da morte, as mulheres informaram aos investigadores que a vítima havia realizado a cirurgia havia quatro dias, em Goiânia (GO). 

Ainda conforme a investigação, a casa foi limpa e o corpo colocado em outra posição, para confirmar a versão das mulheres de que a vítima estaria no local para se recuperar.

Sem intenção 

Durante o júri, Rayssa assumiu ter injetado silicone industrial na vítima, mas afirmou que o fez a pedido da mulher. Em seu depoimento, a acusada disse que um tempo antes do crime, Rafaela teria feito o mesmo. Apesar da confissão, ela disse que não imaginava que o procedimento pudesse causar a morte da amiga, por ser uma prática conhecida entre mulheres trans. 

Contradizendo a denúncia do Ministério Público, a mulher disse que assim que Rafaela começou a passar mal, acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que prestou os primeiros socorros e chegou a reanimá-la algumas vezes, mas que depois de algumas tentativas constatou a morte. 

Em relação a mudança na posição do corpo, Rayssa explicou que a alteração foi feita pela equipe do Samu, que também cobriu o corpo até a chegada da polícia. No entanto, assumiu, também, que combinou a versão com as outras acusadas de que a vítima teria feito o procedimento em outro local e estava na casa dela apenas para se recuperar. 

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